Após longa ausência retorno iniciando uma série de postagens do texto cujo autor é Henry Drummond. O texto foi traduzido e adaptado livremente do sermão “The Greatest Thing in the World” por Paulo Coelho.
Esses escritos mexeram tanto comigo, com a minha alma e espírito, que decidi compartilhar aqui com vocês. Vamos para a primeira parte!
" No final do século passado, numa tarde fria de primavera, um grupo de homens e mulheres se reuniu para escutar o mais famoso pregador daquela época. Eram pessoas vindas de diversos lugares da Inglaterra, ansiosas para ouvir o que o homem tinha a dizer.
Mas o pregador, depois de oito meses percorrendo diversos países do mundo num cansativo trabalho de evangelização, sentia-se vazio. Olhou a pequena platéia, ensaiou algumas frases, e terminou por desistir. O Espírito de Deus não o havia
tocado naquela tarde.
Triste, sem saber o que fazer, virou-se para um jovem missionário
que estava entre os presentes. O rapaz havia regressado da
África há pouco tempo, e talvez tivesse alguma coisa
interessante para dizer.
Pediu, então, que o rapaz o substituísse.
As pessoas reunidas naquele jardim em Kent ficaram um pouco desapontadas.
Ninguém sabia quem era o jovem missionário. Na verdade, ele nem era um missionário; havia recusado sua ordenação como ministro, porque não estava seguro de que aquela fosse sua verdadeira vocação.
Procurando uma razão para viver, procurando a si mesmo, o rapaz havia passado dois anos no interior da África - entusiasmado com o exemplo de pessoas que iam atrás de um ideal.
As pessoas no jardim em Kent não gostaram da troca.
Tinham vindo por causa de um pregador experiente, sábio,
famoso. E agora eram obrigadas a ouvir uma pessoa que -
assim como elas - ainda lutava para encontrar a si mesma.
Mas Henry Drummond - este era o nome do rapaz - havia
aprendido algo.
Henry pediu emprestada uma Bíblia de um dos presentes e leu
um trecho da carta que Paulo escreveu aos
coríntios:
“Ainda que eu fale as línguas dos homens
e dos anjos, se não tiver amor,
serei como o bronze que soa, ou como
o címbalo que retine.
Ainda que eu tenha o dom de profetizar
e conheça todos os mistérios e toda a ciência;
ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto
de transportar montanhas,
se não tive amor, nada serei.
E ainda que eu distribua todos os
meus bens entre os pobres
e ainda que entregue meu próprio
corpo para ser queimado,
se não tiver amor,
nada disso me aproveitará.
O amor é paciente, é benigno,
o amor não arde em ciúmes,
não se ufana, não se ensoberbece,
não se conduz inconvenientemente,
não procura seus interesses,
não se exaspera,
não se ressente do mal;
não se alegra com a injustiça,
mas regozija-se com a verdade.
Tudo sobre, tudo crê, tudo espera,
tudo suporta.
O amor jamais acaba.
Mas, havendo profecias, desaparecerão;
havendo línguas, cessarão;
havendo ciência, passará.
Porque em parte conhecemos,
e em parte profetizamos.
Quando, porém, vier o que é perfeito,
o que então é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como um
menino, sentia como um menino.
Quando cheguei a ser homem,
desisti das coisas próprias de menino.
Porque agora vemos como em espelho,
obscuramente, e então veremos face a face;
agora conheço em parte, e então
conhecerei como sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a Fé,
a Esperança, e o Amor.
Estes três.
Porém, o maior deles é o Amor.”
Mas estavam decepcionados.
A maior parte já conhecia o trecho,
e já havia meditado longamente sobre ele.
O rapaz podia ter escolhido algo mais original, mais palpitante.
Quando acabou de ler, Henry fechou a Bíblia, olhou para o céu, e começou a falar: "
Até o próximo post, meus queridos amigos!
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