quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O Dom Supremo - Parte IV

Faz pouco tempo, estive no coração da África, perto dos Grandes
Lagos. Ali, entrei em contato com homens e mulheres que lembravam-se com carinho do único homem  branco que conheceram. David Livingstone.  E,  ao  seguir  os  passos  dele  pelo Continente Negro,  o rosto  das pessoas se iluminava quando me contavam sobre um doutor que por ali havia passado três anos antes. Eles não podiam compreender o que Livingstone dizia. Mas sentiam o  Amor que estava presente em seu
coração.Carreguem este mesmo Amor com vocês, e o trabalho de suas vidas estará plenamente justificado.

Vocês não podem possuir nada mais eloqüente que isto, quando forem falar de Deus e do mundo espiritual. De nada adianta seguir adiante levando relatos de milagres, testemunhos de Fé, belas orações. Se vocês tiverem tudo isto, e esqueceram o Amor, para nada servirá tanto esforço. Porque vocês podem conseguir tudo. Podem estar prontos para qualquer sacrifício. Mas se entregarem seus corpos para serem queimados, e não tiverem Amor, isto não significará nada para vocês nem para a causa de Deus.  

Depois de comparar o amor com tudo  o que já vimos, Paulo  -  em três versos pequenos  -  faz uma surpreendente análise do que é este Dom Supremo. Ele nos diz que o Amor é uma coisa composta de muitas outras. Como  a  luz.  Aprendemos  na  escola  que,  se  pegarmos  um  prisma  e fizermos com que um raio de sol o atravesse, este raio se  divide  em  sete cores.

As cores do arco-íris. 
Paulo, então, pega o Amor e faz com que atravesse o prisma de sua sensibilidade, dividindo-o nos seus elementos. Paulo nos mostra o Arco-íris do Amor, como o prisma atravessado por um raio nos mostra o Arco-íris da Luz.    
E quais são estes elementos? São  virtudes das quais ouvimos falar todos os dias, virtudes que podemos  praticar em qualquer momento de nossas vidas. São estas pequenas coisas, estas virtudes simples, que compõem o Dom Supremo.

O Amor é composto de nove ingredientes:
Paciência: “O Amor é paciente”,
Bondade: “é benigno”,
Generosidade: “o amor não arde em ciúmes”,
Humildade: “não se ufana nem se ensoberbece”,
Delicadeza: “O amor não se conduz inconvenientemente”,
Entrega: “não procura seus interesses”,
Tolerância: “não se exaspera”,
Inocência: “não se ressente do mal”,
Sinceridade:  “não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade.”
Paciência. Bondade. Generosidade. Humildade. Delicadeza.
Entrega. Tolerância. Inocência. Sinceridade.
Estas coisas compõem o bem supremo, estão na alma do homem que quer estar presente no mundo e próximo a Deus.
 
Todos estes dons estão relacionados com a gente, com a nossa vida diária, com o hoje e  com o amanhã, com a Eternidade.
Nós sempre escutamos falar muito do Amor a Deus.
Mas Cristo nos fala do Amor ao homem.
Nós buscamos a paz nos Céus.
Cristo busca a paz na Terra.
A Busca do Sr Humano para responder sua principal pergunta  -  “a que devo dedicar minha existência?”  -  não é uma coisa estranha ou imposta. Ela está presente em todas as civilizações, mesmo que estas não se
comuniquem. Porque nasceu junto com o homem, e reflete o sopro do Espírito Eterno neste mundo.
O Dom Supremo também reflete este sopro. Não é apenas um Dom em si, mas a soma de várias atitudes e palavras de nosso dia-a-dia.
     
O Amor é Paciência.
Este é o comportamento normal do Amor, esperar com calma, sem pressa, sabendo que em determinado momento ele poderá se manifestar. Está pronto para fazer seu trabalho na hora certa, mas aguarda com
calma e mansidão.
O Amor é paciente, Agüenta tudo. Acredita em tudo. Tudo espera.
Porque o Amor é capaz de entender.
 
Bondade. Amor ativo.
Já repararam que Cristo utilizou grande parte do seu tempo no mundo sendo bom para os outros, deixando os outros contentes?
Utilizou grande parte do pouco tempo que tinha na Terra para fazer feliz seus contemporâneos?  
Procure olhar este ângulo, e notará que, embora Cristo tivesse muito o que fazer, não esqueceu de ser carinhoso para com o próximo.
Existe apenas uma coisa mais importante que a felicidade: é a santidade. Isto não está ao nosso  alcance. Mas está ao nosso alcance fazer os outros felizes. Deus colocou isto em nossas mãos, e não nos custa
quase nada.
Se olharmos com cuidado, verificaremos que não nos custa absolutamente nada. Mesmo assim, por que relutamos em alegrar nosso próximo? A felicidade não é um bem que se multiplica em cativeiro, nem é nada que diminui quando se dá. Ao contrário, somente semeando felicidade é que conseguimos aumentar nossa cota.
 “A coisa mais importante que  podemos fazer por um pai”, disse alguém certa vez,, “é ser amável com seus filhos.” Como o mundo precisa disto!
E como é fácil ser amável. O efeito é imediato e seu autor é lembrado para sempre.    
E como a recompensa é abundante  -  pois não existe dívida mais honrada que a dívida do Amor. O Amor nunca falha. O Amor é a verdadeira energia da vida. Como diz Browning: pois a Vida, com todos os seus momentos de alegria e tristeza e esperança, e medo, é apenas a chance para aprender o Amor como o Amor pode ser, como foi, e como é.

Onde existe Amor, existe o ser humano, e existe Deus.
Aquele que se alegra no Amor, se alegra com o ser humano, e se alegra em Deus. Deus é Amor. Portanto:  AME! Sem distinção, sem hora marcada, sem adiamentos, sem medo de sofrer: AME!

Derrame generosamente seu amor sobre os pobres, o que é fácil; e sobre os ricos, que desconfiam de todos, e não conseguem enxergar o Amor de que tanto necessitam; e sobre seus semelhantes  -  o que é muito difícil. É com nossos semelhantes que somos mais egoístas. Muitas vezes  tentamos agradar, mas o que precisamos fazer é dar alegria. Dê alegria. Jamais perca uma  oportunidade de dar alegria ao próximo, porque você será o primeiro e se beneficiar disto  -  mesmo que ninguém saiba o que você está fazendo. O mundo à sua volta ficará mais contente, e as coisas serão muito mais fáceis para você.

Eu estou neste mundo, vivendo o presente. Qualquer coisa boa que eu possa fazer, ou qualquer alegria  que puder dar aos outros, por favor, digam-me. Não me deixem adiar ou esquecer, pois jamais tornarei a viver
este momento novamente.